HISTÓRIA DO VALECAMBRENSE
Herculano Martins
Herculano Martins foi um dos principais jogadores dos primórdios do futebol em Vale de Cambra e nos concelhos vizinhos. Jogou no Vale de Cambra SC, clube que existiu entre 1931 e 1937, e na AD Valecambrense (1ª Fundação 1938-47) predecessora da AD Valecambrense (Refundada em 01/12/1962).
Exibiu-se também na UD Oliveirense e fez parte do primeiro grupo de atletas da Associação Desportiva Feirense, antecessora do Clube Desportivo Feirense. Assim é referido no blog do CD Feirense:
“ […] Do primeiro grupo de atletas do clube faziam parte: (…) Herculano Martins de Vale de Cambra, mais tarde Sócio Principal da Firma Lacto-Lusa daquela Vila. […]”.
António Batista
António Batista da Costa, natural de Macieira de Cambra, nasceu em 4 de Julho de 1914 e faleceu em 1949. Iniciou a sua carreira de futebolista no Sporting Club de Macieira de Cambra. Prosseguiu no Vale de Cambra SC e no S. C. Salgueiros, atingindo o auge no F. C. Porto. Regressou, posteriormente, a Vale de Cambra para defender as cores da Associação Desportiva Valecambrense (1ª Fundação 1938-47).
Pelo Salgueiros chegou à final do Campeonato Nacional da II Divisão, sendo derrotado pelo Olhanense.
O Futebol Clube do Porto foi o seu clube seguinte, onde se manteve seis épocas. Venceu dois títulos de campeão nacional (1938-39 e 1939-40) e cinco regionais. No Campeonato de 1938-39 cumpriu 12 dos 14 jogos realizados. João Nuno Coelho e Francisco Pinheiro, no livro Paixão do Povo, consideram que “a equipa-base dos campeões nacionais, orientados por Miguel Siska, ex guarda-redes do clube e entretanto naturalizado português, apresentava grandes valores do futebol luso da época. (…) No meio-campo destacavam-se «Pocas», Reboredo e Baptista, que atingiram um entendimento quase perfeito”.
FC Porto Campeões Nacionais 1938/39. Da esquerda para a direita de joelhos: Castro II, Lopes Carneiro, António Santos, Costuras, Pinga e Carlos Nunes. De pé: o Treinador Miguel Siska, Soares dos Reis, Sacadura, Guilhar, Manuel dos Anjos (Pocas), Carlos Pereira, António Batista, Reboredo, Rosado e o massagista Francisco Gonçalves.
FC Porto Campeões Nacionais 1939/40. Da esquerda para a direita de joelhos: António Santos, Pereira, Gomes da Costa, Andrasik e Pinga. De pé: o Treinador Miguel Siska, Petrak, Carlos Pereira, Kodnya, Manuel dos Anjos (Pocas), António Batista, Guilhar e o massagista Francisco Gonçalves.
Foi ainda finalista do Campeonato Nacional em 1940/41, alinhou quatro vezes pela selecção do Porto contra Lisboa e duas vezes pela de Aveiro, defrontando Lisboa e Viseu.
No Almanaque Desportivo do Distrito de Aveiro 1950, descreve-se que António Batista “[…] Com o popular Pocas e o consagrado Carlos Pereira, o irmão mais velho de Trindade valorosa, formou uma linha média que brilhou a grande altura no F. C. do Porto.”
António Batista era membro de uma família de grandes futebolistas, irmão de Victor Batista e Augusto Batista, que se destacaram na AD Valecambrense e no futebol nacional.
Linha média do F. C. Porto: Pocas, Carlos Pereira e António Batista (à direita)
AD Valecambrense 1940. De pé, a contar da esquerda: Durbalino, António Batista, Fernando da Farrapa, António Campos, Frias, Neca Serralheiro e Rui Bastos.
No primeiro plano: Nogueira, Norberto, Arlindo, António Moreira e Serafim.
Victor Batista
Victor Batista da Costa, natural de Macieira de Cambra, nasceu em 13/05/1920 e faleceu em 2008. Sendo membro de uma família de futebolistas, desenvolveu o seu potencial no Vale de Cambra SC e na Associação Desportiva Valecambrense (1ª Fundação 1938-47) antes de ingressar na AD Sanjoanense.
Atingiu o patamar mais elevado da sua carreira quando alinhou pelo Sport Lisboa e Benfica, entre os anos de 1946 e 1949. Depois desta epopeia, regressou à AD Sanjoanense e manteve-se como um dos pilares deste clube.
AD Valecambrense 1941 – Victor Batista e António Batista na mesma equipa
SL Benfica 1947/48. De pé da esquerda para a direita: António Maria, Contreiras, Moreira, Francisco Ferreira, Fernandes e Horácio de Almeida. Em primeiro plano, pela mesma ordem: Rogério de Carvalho, Arsénio, José da Costa, Corona e Victor Batista.
Ao serviço do SL Benfica, numa altura em que não havia substituições, Batista realizou, na época de 1946/47, todos os jogos para o Campeonato Nacional. Foram 26 jogos (totalista a par de Jacinto), em que apontou 17 golos e cotou-se como o terceiro melhor marcador da equipa a par de Rogério “Pipi” e atrás de Arsénio (20) e Julinho (22), três ícones do Benfica.
Para o Campeonato de Lisboa apontou 7 golos em 7 jogos. Nessa mesma época, jogou e marcou na maior vitória de sempre do Benfica em casa, 13-1 à Sanjoanense. Fez o 6-0, aos 49 minutos, e o 13-0, aos 83 minutos. Esta goleada foi classificada por João Malheiro, no livro Império Vermelho, como “rajada cintilante, só podia. Alude prazenteiro. Julinho (6), Arsénio (3), Rogério (2) e Baptista (2) nas batidas do golo, nas batidas dos sentidos. Fervorosos, exibiram dilatada amplitude ou apetite dilatado? Certo é que incharam numa tempestade danada”. Ainda nesta temporada, marcou o seu único golo em derbys contra o Sporting para o campeonato. Foi aos 16 minutos e na altura era o empate, num jogo que acabou por perder por 6-1. Disputou mais dois derbys e venceu-os por 3-1.
Em 1947/48 disputou 23 jogos para o Campeonato Nacional, marcando 8 golos, e 3 jogos para a Taça de Portugal, obtendo 2 tentos na vitória, por 6-1, frente aos Elvas, de Patalino. Era a época dos “Cinco Violinos” e de Cândido Oliveira à frente do Sporting CP, num campeonato que ficou conhecido pelo “campeonato do pirolito”, por ter sido decidido por um golo. O Benfica venceu no Lumiar o Sporting por 3-1, com Victor Batista em acção, e perdeu no Campo Grande por 4-1, com Batista ausente. No final do campeonato, as duas equipas de Lisboa ficaram empatadas e foi este golo que decidiu o vencedor do Nacional.
Em 3 de Maio de 1948 defrontou, no Estádio Nacional, o poderoso Arsenal de Londres, em jogo que o Benfica acabou derrotado por 4-0
Victor Batista, - SL Benfica-Arsenal, em 1948, no Estádio Nacional.
Na última época no SL Benfica, em 1948/49, jogou 10 jogos e marcou 5 golos para o campeonato. Na Taça de Portugal, jogou a meia-final e marcou (fez o 3-0 aos 74 minutos), no 5-0, em Setúbal, que garantiu a final, onde o Benfica se superiorizou por 2-1 ao Atlético CP. Este foi o único troféu ganho por Batista no Benfica, já que no campeonato foi sempre vice-campeão.
Totalizou 70 jogos com a camisola do SL Benfica e marcou 40 golos. Nos nossos dias, seria um avançado pago a peso de ouro!
Era um avançado veloz, dono de um potente remate de fora da grande área e bom cabeceador, mas é mais recordado pela sua sensatez, calma, tolerância, integridade e disciplina. Nos 430 jogos oficiais que disputou nunca foi expulso, o que lhe valeu a atribuição, pela FPF, da Medalha de Mérito Desportivo.
Finda a carreira de futebolista, Victor Batista treinou, em 1952/53, o FC Macieira de Cambra e, na época de 1965/66, a AD Valecambrense.
Victor Batista era membro de uma família de grandes futebolistas, irmão de António Batista e Augusto Batista, que se destacaram na AD Valecambrense e no futebol nacional.
Augusto Batista
Augusto Batista da Costa, natural de Macieira de Cambra, avançado. Foi um futebolista que representou com grande sucesso a AD Valecambrense e a AD Sanjoanense. Jogou na equipa de S. João da Madeira entre o final da década de quarenta e o início da de sessenta. Nesses anos teve como colega de equipa o seu irmão, lenda da ADV e da ADS, Victor Batista. Disputou o Campeonato Nacional da II e III Divisão, tendo sido finalista deste último, em 1951, claudicando frente ao Juventude de Évora
Augusto Batista e Victor Batista na equipa da AD Sanjoanense
Na nossa equipa, entre 1964/65 e 1969/70, fez parte do grupo de atletas que subiu à II Divisão Nacional, em 1967/68, e disputou o Campeonato Nacional da II Divisão, em 1968/69.
Como treinador, orientou o FC Macieira de Cambra e as camadas jovens da AD Valecambrense
AD Valecambrense 1967/68 – Equipa que subiu à II Divisão Nacional
De pé da esq. para a dir.: Vieira, Augusto Batista, Brandao, Silva, Albino e Vitor
No 1º plano da esq. para a dir.: Toninho, Gabriel, Orlando, Amaro e Carlos Alberto
Gabriel
Gabriel Luís de Almeida, natural de Vale de Cambra, foi um dos melhores avançados da história do Valecambrense.
Representou o FC Porto, com notoriedade, nos seus escalões de formação.
Na equipa de juniores do FC Porto que disputou a final do Campeonato Nacional, contra o SL Benfica, em 1961.
Após esta passagem pelas camadas jovens do F.C. Porto, voltou a Vale de Cambra onde representou a AD Valecambrense entre 1963/64 e 1971/72
De pé da esq. para a dir.: Brandao, Augusto Batista, Damas, Juliao, Macedo, Vitor e Correia
No 1º plano da esq. para a dir.: Acácio, Toninho, Carlos Alberto, Gabriel e "Grilo"
António Jorge
António Jorge Tavares de Almeida, natural de Vila-Chã, Vale de Cambra, nasceu em 05/06/1944.
Foi avançado da AD Valecambrense durante a década de sessenta, destacando-se na época de 1968/69, quando a nossa equipa disputou a II Divisão Nacional.
AD Valecambrense 1963/64. De pé da esq. para a dir.: Adao, Carvalho, Acácio, Brandao, Arlindo Gomes, Zé Rodrigues e CIlo
No 1º plano da esq. para a dir.: M. Almeida, Domingos Gomes, António Jorge e Albino
António Jorge transferiu-se para a Associação Académica de Coimbra na época de 1969/70. Vivia-se o pós-final da Taça de Portugal de 1969, em que os estudantes aproveitaram para criticar o regime e a política estudantil de então.
Estreou-se a 15/02/1970, alinhando pela Briosa durante 6 épocas, durante as quais realizou 115 jogos (50 completos e 64 incompletos), num total de 7194 minutos, com 4 cartões amarelos e um vermelho por acumulação. Apontou 28 golos, em 48 vitórias, 25 empates, 42 derrotas.
Marcou dois golos na vitória, por 5-1, perante o Leixões, em 1969/70. Nessa época jogou a primeira-mão dos quartos-de-final da Taça das Taças, frente ao Manchester City, em jogo que terminou empatado a zero. Na segunda-mão, jogou 3 minutos na derrota, por 1-0, após prolongamento.
Ainda, em 1969/70, fez um hat-trick frente ao GD “Os Nazarenos” para a Taça de Portugal e apontou dois golos na vitória, por 4-0, diante do U. Tomar para o Campeonato Nacional da I Divisão. Na Taça Ribeiro dos Reis marcou diante do Tramagal (4-0), U. Santarém (6-0) e Vitória de Setúbal (1-2).
Em 1970/71, foi fundamental nas seguintes vitórias: bisou perante o Farense (3-1); contra a CUF (5-1) concretizou uma vez; diante do FC Porto (3-2) marcou um golo; apontou os dois golos frente ao Vitória de Guimarães (2-1); marcou nos 3-1 perante o Tirsense; no 1-0, frente ao Boavista, foi ele a decidir. Nesta época marcou 8 golos em 20 jogos, menos dois que Manuel António, o melhor marcador da equipa. Na Taça Ribeiro dos Reis marcou diante do U. Lamas (3-1).
Em 1971, foi um dos jogadores da AA Coimbra, escolhidos por Juca, a integrar uma digressão ao Brasil.
Na temporada de 1972/73, a AA Coimbra, treinada por Fernando Vaz, jogou na II Divisão, sendo campeã nacional com António Jorge nas suas fileiras. Este apontou 3 golos no campeonato (Famalicão, 2-0, Covilhã, 5-1, e Sanjoanense, 2-0), dois na Taça de Portugal (Vilar Formoso, 8-0, e Almada, 3-0). Nessa época, integrou a digressão da Académica a Angola e jogou na vitória, por 6-2, diante do Benfica de Luanda.
AA Coimbra 1972/73. Em pé, da esq. para a dir.: Cardoso, Simões, Belo, Pedrosa, Gregório, Zé Freixo, Martinho, Brasfemes.
Sentados, pela mesma ordem: Mário Campos, António Jorge, Manuel António, Pinho, Gervásio, Vala, Melo, Victor Campos e Costa.
Em 1973/74, marcou o golo da Briosa no empate a um frente ao FC Porto. Na vitória, por 2-1, frente ao Vitória de Guimarães, fez o “gosto ao pé” por uma vez, bem como no empate a uma bola com o Beira-Mar e no triunfo, por 3-0, diante do Oriental.
AA Coimbra 1973/74. António Jorge é o segundo, em primeiro pleno, a contar da direita.
Realizou o último jogo pela AA Coimbra, denominada por Clube Académico de Coimbra desde 1974, em 11/01/1976, diante do Vitória de Setúbal.
Após terminar a carreira integrou a equipa de veteranos da Associação Académica de Coimbra.
Alberto Soares
Alberto Almeida Soares, natural de Castelões, nasceu a 17 de Agosto de 1959. Iniciou-se nos escalões mais jovens da A.D. Valecambrense, chegando a internacional júnior por Portugal. Ainda jogou nos seniores da AD Valecambrense (em 1978/79), na altura a disputar a III Divisão, antes de se transferir para o primodivisionário Rio Ave. Por lá permaneceu 7 épocas.
Na época de estreia na I Divisão, 1979/80, disputou 5 jogos e desceu à II Divisão. Alberto, a 2 de Setembro de 1979, alinhou no primeiro jogo do Rio Ave, em casa, na divisão maior do nosso futebol, perante o Benfica. No velho Estádio de Avenida, os onze mil espectadores presentes, assistiram à derrota dos vila-condenses por 3-0. Reinaldo e Jorge Gomes, por duas vezes, foram os autores dos golos.
No escalão secundário, foi Vencedor da II Divisão - Zona Norte, em 1980/81. No regresso ao convívio dos grandes, de 1981 a 1984 defendeu a baliza do Rio Ave em 6 ocasiões.
Em 1981/82, Alberto (Guarda-redes de branco) foi orientado por Mourinho Félix e teve como colega de equipa José Mourinho (4º em primeiro plano, a contar da esquerda)
Na temporada de 1983/84, o Rio Ave, treinado por Mourinho Félix, chegou à final da Taça de Portugal, sendo derrotado por 4-1 pelo FC Porto. Nesse jogo, Alberto foi suplente de Alfredo, antigo internacional português que se destacou ao serviço do Boavista.
Alberto foi titular do Rio Ave em 1984/85
A época de 1984/85 foi a melhor de Alberto, já que fez 22 jogos, contabilizando 1980 minutos.
Em 1985/86, ainda no Rio Ave, voltou a vencer a II Divisão - Zona Norte. Na época seguinte, transferiu-se para o Paredes, da III Divisão, onde jogou até 1988/89. Esta última temporada na II Divisão, pois em 1987/88 venceu o Campeonato da III Divisão - Série B e garantiu a subida à II Divisão.
Na II Divisão pelo Rio Ave em 1985/86
Em 1989/90, regressou à I Divisão para defender as redes do Portimonense, treinado pelo “Bom Gigante”, José Torres. Acabou por não disputar nenhum jogo para o campeonato, permanecendo como suplente de Figueiredo. Depois do Portimonense alinhou no Paivense, entre outras colectividades.
Finda a carreira de jogador abraçou a de treinador, tendo orientado a ADValecambrense em 2005/06 e 2008/2009, ambas na III Divisão Série C.
Pina
Vítor Manuel Pina, natural de Vale de Cambra, nasceu em 26/02/1968 e faleceu a 15/02/2016. Era um médio dotado de um excelente pé esquerdo. Passou por todos os escalões de formação da AD Valecambrense e, na equipa sénior, foi fundamental para conquista do Campeonato Distrital de Aveiro de 1987/88 e consequente subida de divisão.
AD Valecambrense Campeão Distrital 1987/88. Quem viu esta equipa jogar jamais a esquecerá.
De pé da esq. para a dir.: Toninho, Albino, Cândido, Jorge Rocha, Martinho, Luciano, Joaquim Queirós (Treinador) e Paulo
No 1º plano da esq. para a dir.: Orlando Pina, Brandão, "Pélé" , Pina Pinho Santos, José Luis, Machadinho, Luisinho e Oliveira
No final dessa época transferiu-se para o CD Feirense e, na época seguinte, venceu o Campeonato Nacional da II Divisão Zona Centro, actuando em 16 jogos e apontado 1 golo.
Em 1989/90, jogou no escalão maior do futebol português, fazendo parte da terceira, e última, equipa do CD Feirense que disputou um Nacional da I Divisão. O CD Feirense acabou por ser despromovido, classificou-se no 18º lugar. A equipa orientada por Henrique Nunes destacou-se pela juventude e por ser formada apenas por jogadores portugueses. Faziam parte desta equipa Valido, Morgado e Resende, que se sagraram Campeões do Mundo de Juniores, em Riade, por Portugal; Pedro Martins, que mais tarde jogaria no Vitoria de Guimarães, Sporting CP, Boavista, Alverca e que, actualmente, treina o Marítimo; Pedro Miguel, que jogou posteriormente no Farense e Beira-Mar e que treina, na actualidade, a UD Oliveirense; Narciso, que viria a defender por várias épocas as redes da AD Valecambrense.
CD Feirense 1989/90. Na 1ªfila: Resende, 2º a contar da esquerda. 2ªfila: Pina, 4º a contar da esquerda; Pedro Martins, 3º a contar da direita. 3ªfila: Valido, 1º a contar da esquerda; Morgado, 2º a contar da esquerda; Narciso, 4º a contar da esquerda; Pedro Miguel, 1º a contar da direita.
De 1990/91 a 1992/93, Pina defendeu as cores da equipa de Santa Maria da Feira no Campeonato da II Divisão de Honra.
D Feirense 1992/93. Pina e Narciso são os primeiros a contar da esquerda, em primeiro e segundo plano, respectivamente.
Em 1997/98, regressou à AD Valecambrense para ser um elemento fundamental na conquista do Campeonato Distrital da AF Aveiro. Nas temporadas seguintes, na III Divisão Série C, defendeu o nosso emblema com muita galhardia até terminar a carreira. Posteriormente, integrou a equipa de veteranos da AD Valecambrense.
AD Valecambrense 1999/2000, na III Divisão Série C.
Sentados da esquerda para a direita: Monteiro, Pina, Litos, Jorge, Tijó, João, China, Rui Pedro, Ricardo Pina, Maradona, Luís.
De pé, pela mesma ordem: Vítor Tavares (Dirigente), Quim Carlos, Filipe, Pedro, N’Zuzi, Sr. Alves (Massagista), Nuno Vide (Prep. Físico), Isalmar (Treinador), Manuel Rodrigues, Carlos Sérgio, Narciso, Pedro Gomes.
Rui Filipe
Rui Filipe Tavares de Bastos nasceu, em Vale de Cambra, a 8 de Março de 1968 e faleceu em 28/08/1994. Iniciou-se nos escalões de formação da A. D. Valecambrense, na equipa “Os Pelezinhos”, em 1980/81. De 1981 a 1984 jogou nos iniciados e nos juvenis da A.D. Valecambrense.
Alcançou grande destaque na equipa de juvenis da AD Valecambrense, ao ponto de ser contratado pelo Futebol Clube do Porto, clube que representou, na condição de júnior, nas épocas de 1984/85 e 1985/86. Curiosamente, era utilizado como avançado, só mais tarde recuou para o centro do terreno.
Nas duas primeiras época como sénior, 1986/87 (27 jogos e 5 golos) e 1987/88 (31 jogos e 1 golo) foi emprestado ao Gil Vicente FC, que se encontrava na II Divisão.
Em 1988/89 (30 jogos e 0 golos), estreou-se na I Divisão ao serviço do Sporting de Espinho, onde se manteve na época seguinte (30 jogos e 0 golos), após ser relegado para II Divisão.
Regressou ao Gil Vicente FC, em 1990/91 (33 jogos e 4 golos), agora para disputar a I Divisão.
Na época de 1991/92, Rui Filipe mereceu a confiança do técnico brasileiro Carlos Alberto Silva, apesar da forte concorrência de jogadores como André, Jorge Couto, Semedo, Jaime Magalhães e do reforço Ion Timofte, passando a integrar o plantel portista.
Rui Filipe, segundo a contar da direita, na pré-temporada 1991/92
Sagrou-se, pela primeira vez, Campeão Nacional nessa época. Fez 25 jogos (19 completos e 6 incompletos), num total de 1921minutos, obteve 4 golos e viu 8 amarelos e 1 vermelho. No jogo decisivo, o FC Porto venceu o SL Benfica, por 3-2. O caminho para a vitória foi aberto quando Rui Bento derrubou Rui Filipe e o árbitro assinalou penalty.
Na Taça de Portugal alcançou a final, saindo derrotado, por 2-1, pelo Boavista. Venceu, em Coimbra, a Supertaça referente a 1990/91, frente ao SL Benfica
Em 1991/92, o primeiro título nacional. Rui Filipe é o 5º da 3ª fila, a contar da esquerda
Em 1992/93, os dragões voltaram a conquistar o Campeonato Nacional. Rui Filipe esteve em 25 jogos (19c e 6inc.), totalizando 1974 minutos, 0 golos, 8 amarelos e 1 vermelho. Na Taça de Portugal foi eliminado, nos oitavos-de-final, pelo SL Benfica (1-1 e 0-2).
Rui Filipe foi protagonista em muitos encontros com o SL Benfica. Aqui discute o lance com Isaías.
A época correu-lhe de feição, o que motivou a chamada, por Carlos Queirós, à Selecção Nacional. Estreou-se no dia 31 de Maio de 1992, nos Estados Unidos, frente à Itália. Neste primeiro jogo da US CUP 92, realizado em New Haven, o resultado final foi um empate a zero. A 7 de Junho de 1992, em Foxboro, Rui Filipe jogou os 90 minutos do República da Irlanda 2 (Staunton e Coyne) Portugal 0. Em 2 de Setembro de 1992 actuou, em Linz, no particular Áustria 1 (Polster) Portugal 1 (Hélder). Neste jogo foi substituído por Peixe aos 60 minutos. A 10 de Fevereiro de 1993, no Estádio de S. Luís, em Faro, rendeu Hélder, aos 61 minutos, no particular Portugal 1 (Oceano) Noruega 1 (Scorloth). Em 11 de Novembro de 1993, em Saint Ouen (Paris), entrou para o lugar de Jaime Magalhães, aos 67 minutos, no particular Portugal 2 (Figo e Oceano) Bulgária 1 (Balakov). Foi internacional esperança e na selecção principal totalizou apenas seis internacionalizações.
Na época de 1993/94, realizou 15 jogos (9c e 6 inc) para o campeonato, num total de 1045 minutos, 0 golos, 2 amarelos e 1 vermelho por acumulação. Foi Vice-Campeão e ajudou a conquistar a Taça de Portugal, que o F. C. Porto venceu ao derrotar o Sporting, na finalíssima, por 2-1. Nos quartos-de-final, no FCP 6 Desp. Aves 0, entrou ao intervalo para o lugar de Kostadinov e marcou dois golos, aos 78 e 86 minutos. Actuou também na meia-final (Estrela da Amadora 1 – FCP 2).
Na vitória na Taça de Portugal 1993/94
Ainda nessa temporada, em que foi orientado por Tomislav Ivic, primeiro, e Bobby Robson, depois, Rui Filipe esteve em destaque na Liga dos Campeões. Nomeadamente, na Alemanha, frente ao Werder Bremen, numa vitória por 5-0, com Rui Filipe a sair do banco e a inaugurar o marcador.
Taça dos Campeões Europeus 1993/94 – jogos realizados por Rui Filipe: a 15.9.93, 1ªel, Estádio das Antas, FCP 2 – Floriana (Malta) 0, entrou aos 68m para o lugar de Mihtarski; a 29.9.93, 1ªel, La Valeta, Floriana (Malta) 0 – FCP 0; a 3.11.93, 2ªel, 2ªmão, Roterdão, Feyenoord 0 – FCP 0, entrou ao intervalo para o lugar de Jaime Magalhães; C. League, 1ª jornada, 24.11.93, Estádio das Antas, FCP 3 – Werder Bremen 2, entrou aos 87m para o lugar de Paulinho Santos; C. League, 2ª jornada, 01.12.93, Estádio Giuseppe Meazza, AC Milan 3 – FCP 0, entrou ao intervalo para o lugar de Paulinho Santos; C. League, 3ª jornada, 02.03.94, Estádio C. Vanden Stock, Anderlecht 1 – FCP 0, entrou aos 77min para o lugar de Semedo; C. League, 5ª jornada, 30.03.94, Estádio Weserstadion, Werder Bremen 0 – FCP 5, entrou aos 8m para o lugar de Paulinho Santos e abriu o caminho para a vitória, com um grande golo, aos 10m; C. League, 6ª jornada, 13.04.94, Estádio das Antas, FCP 0 – AC Milan 0; Meia-Final, 27.04.94, Nou Camp, FC Barcelona 3 – FCP 0.
A disputar a bola com Savicevic num encontro contra o AC Milan
Na temporada de 1994/95, Rui Filipe apresentava-se como um dos pilares do meio-campo azul e branco. Contribuiu para a vitória na Supertaça 92/93 (estava em atraso e o FC Porto venceu, em Coimbra, o SL Benfica, por 4-3, após grandes penalidades).
Rui Filipe com a Supertaça 1992/93
Foi ele que, na primeira jornada, contra o Braga, marcou o primeiro golo da vitória do F. C. Porto por 2-0, iniciando a caminhada para o título de Campeão Nacional, naquele que seria o primeiro do penta.
Em primeiro plano, da esquerda para a direita: Drulovic, P. Santos, Domingos, Rui Filipe, Folha.
Em segundo plano, pela mesma ordem: V. Baía, J. Carlos, Emerson, Secretário, J. Costa, J. Pinto.
Poucos dias depois, a 24 de Agosto, os portistas visitaram o Estádio da Luz para o jogo da primeira-mão da Supertaça (esta relativa à temporada 93/94), que terminou com um empate por 1-1. Rui Filipe, mostrando que estava num grande momento de forma, apontou o golo portista. Um golo magnifico, pleno de arte, classe e talento. O nº9 portista com uma simulação sentou Preud´Homme e fez-lhe um chapéu.
Em primeiro plano, da esquerda para a direita: Drulovic, P. Santos, Domingos, Rui Filipe, Folha.
Em segundo plano, pela mesma ordem: V. Baía, J. Carlos, Emerson, Secretário, J. Costa, J. Pinto.
Já perto do final da partida, Rui Filipe viu um cartão vermelho que o impediu de ser convocado para a partida contra o Beira-Mar. No fim-de-semana desse jogo, um acidente de automóvel vitimou Rui Filipe. Desta forma trágica foi interrompida a carreira, já brilhante, de um jogador trabalhador, humilde e talentoso.
No final de 2001, a AD Valecambrense e o FC Porto encontraram-se, no Estádio das Dairas, para homenagear Rui Filipe. Descerrou-se um busto do jogador, colocado à entrada do nosso estádio.
Busto de Rui Filipe na entrada do Estádio das Dairas (imagem da esquerda). Paulinho Santos (FCP) discute um lance com Paulo Sérgio (ADV) no encontro de homenagem entre a AD Valecambrense e o FC Porto (imagem da direita).